quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Sur l'autoroute des vacances
C'était sans doute un jour de chance
Ils avaient le ciel à portée de main
Un cadeau de la Providence
Alors, pourquoi penser aux lendemains
....
Ils se sont quittés au bord du matin
Sur l'autoroute des vacances
C'était fini le jour de chance
Ils reprirent alors chacun leur chemin
Saluèrent la Providence
En se faisant un signe de la main
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Last night in Paris
E um desses fatos foi a minha última noite em Paris.
Je peux pas décrire en mots tout ce que j'ai senti la dernière nuit à Paris.
J'était un peu deprimée, et je me rappele que j'ai bu du vodka, des différents saveurs...
Je suis partie le lendmain matin, très tôt, je me rappelle.
J'avais l'humeur mélancolique. Mais, cette nuit-là, j'ai vecue l'extase.
Je me rappele le jour ou on marchait au bord du canal de la Villette... Ça a été poetique. Ça a été une chose vraiment parisiènne, le ciel gris, les petites gouttes de la pluie...
Je n'ai pas eu le temps de pleurer, de me rappeller de Paris. Je pense que le jour je reviendrai à Paris, ce jour-là je vais pleurer comme un enfant... pendant des heures.... sans envie d'arreter. Parce que mon temps à Paris était tout simplement ... MAGIC... et je ne peut jamais oublier.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Olhei o painel, conferi o número da plataforma e lá fui eu, esperar o tal trem chegar. Mas eu estava mais de meia hora adiantada e não atinei com a diferença de horário... Ou seja, cheguei à plataforma e tinha um trem parado, portas abertas, gente entrando.
Como marinheira de primeira viagem, subi. E, cinco minutos depois, o trem partiu... Eu gelei. Desconfiei de que tinha alguma coisa errada... Pra piorar, lembrei da multa de 50 euros para quem não tem o bilhete certo na mão, me imaginei indo em direção ao norte, completamente perdida, tendo que desembolsar mais uns 100 euros pra retomar minha rota...
Bom, com cara de desespero, quase chorando, entreguei meu bilhete para a fiscal e perguntei se eu estava no trem certo... Ela, muito gentil, como não são os franceses, compreendeu minha situação e me deu todas as instruções para que eu chegasse ao meu destino, sem cobrar a multa.
Ufa.. Desci na estação seguinte e lá fiquei, plantada durante uma hora, esperando o trem certo chegar, na hora programada.
Enfim, cheguei a Barcelona, algumas horas mais tarde.
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
São Paulo
Eu cheguei ao Brasil dia 7 de agosto, há pouco mais de duas semanas. Eu chorei um pouco no avião, vindo de Amsterdam, senti tristeza e até um certo desespero de pensar no que eu faria de volta ao meu país. Eu me imaginei em Campinas, jogada no sofá da sala, num sábado à noite, chorando, vendo minhas fotos e relembrando a cidade maravilhosa onde morei durante sete meses, sem perspectiva, sem ânimo de viver.
Essa imagem foi o que mais me desesperou, por algumas horas não conseguia pensar com realismo no que me esperava na volta. Sei lá, acho natural você se ver perdido quando transforma sua rotina da noite para o dia, e quando deixa uma país tão lindo para trás.
E, da mesma forma como aconteceu dia 2 de janeiro deste ano, a primeira noite foi pesada.
Eu cheguei à noite a Campinas, porque o vôo atrasou duas horas pra sair de Amsterdam, por conta das más condições meteorológicas; e chegar à noite, pelo menos pra mim, é a pior coisa que pode te acontecer, porque a única opção é a sua cama. E porque a noite pode ser muito mais melancólica que o dia.
Eu respirei fundo, foi legal rever minha família, mas dentro do meu peito tudo estava cinza, eu era só angústia. Não consigo descrever.
Graças a Deus, Ele me proveu de uma inexplicável capacidade de readaptção, e eu não demorei dois dias para me sentir melhor. Tive pena dos meus pais por deixá-los me ver assim, triste por estar de volta.
Eu pensei que aquilo não era justo com eles. Ouvi a voz do meu pai triste no telefone, inconformado com o meu estado de espírito, com a minha voz melancólica ao telefone.
E acho que isso me forçou a me alegrar, a me readaptar.
domingo, 3 de agosto de 2008
Estou na biblioteca central de Amsterdam, onde a internet é gratuita - e os computadores de última geração são absolutamente rápidos - e um senhor dos seus 60 anos está tocando piano. Sim, porque nesta biblioteca existe um piano público, disponível para quem quiser tocar e oferecer alguns momentos de prazer aos que estão no mesmo recinto.
Isso é muito a Europa. Música clássica. Da mesma forma que no Brasil a gente passa na frente de um boteco e escuta um pagode, um bom samba, nas cidades da Europa você escuta música clássica.
Sei lá, não estou desmerecendo o Brasil, porque o tal do calor humano e da gentileza me fazem muita falta, mas isso - esse som - é algo que me toca, é como se eu estivesse num filme e essa fosse a trilha sonora da minha vida. E eu sempre ouvi música clássica, porque minha mãe sempre nos fez escutar e porque meu pai também nos fez escutar. E eu aprendi a admirar e a sentir um grande prazer ao ouvir essas melodias.
Mudando de assunto, eu estou feliz de voltar ao Brasil, não superfeliz, mas estou feliz. Sei lá, eu passaria o resto da minha vida na Europa, mas não sem as pessoas que eu amo. Então, eu estou feliz aqui, mas estou incompleta.
Cheguei a Amsterdam quinta-feira passada. Decidi, de última hora, não ir pra Hannover, onde a Muri está, porque queria ficar vários dias em alguma outra cidade, que não Paris, pra sentir mais um dia-a-dia na Europa. E eu só consigo sentir o dia-a-dia se fico longas horas caminhando, sem destino, apenas por apreciar o que eu vejo, e isso requer dias.
Fui conhecer o Red Light District este fim de semana. É lá que as prostitutas se oferecem, expostas nas vitrines, que são os quartos onde elas trabalham. É como uma Rua Augusta, apinhada de turistas, ou velhos americanos que vêm procurar sexo, ou velhinhas chinesas que vêm se entreter com a atraçãob e tentar tirar fotos (juro que eu vi uma velhinha chinesa de uns 80 anos passeando com a família por aquelas ruas).
Inacreditável estar aqui e ver tudo isso. Ainda não me dei conta de que estou em Amsterdam.
Fui ao Museu Van Gogh sexta-feira.
Pra mim, passar por cada uma destas cidades foi um sonho.
domingo, 27 de julho de 2008
Praga, último dia.
Alguns dias em Amsterdam e talvez Hannover, mas a fase de ouro da nossa viagem termina aqui.
A Europa central.
Praga foi sem dúuvida onde mais nos divertimos. Conhecemos dois dinamarqueses, uma japonesa e uma russa que estavam no mesmo quarto que nós e simplesmente viramos grandes amigos.
E ainda mais num cenário deslumbrante como este, ée realmente algo que não vou conseguir esquecer.
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Deixa Acontecer
Composiçăo: Toquinho e Vinicius
Ah, não tente explicar
nem se desculpar
nem tente esconder.
Se vem do coração,
não tem jeito, não,
deixa acontecer.
O amor é essa força incontida, desarruma a cama e a vida, nos fere, maltrata e seduz.
É feito uma estrela cadente que risca o caminho da gente, nos enche de força e de luz.
Vai debochar da dor, sem nenhum pudor nem medo qualquer.
Ah, sendo por amor, seja como for e o que Deus quiser.
Praga
Depois de muito calor na Italia, estamos ha 1 semana debaixo de chuva - nao muito forte - e de um leve frio - qualquer coisa como 18 graus. Nada mais perfeito para conhecer a regiao culturalmente mais rica da Europa.
Engracado como a gente sente essa diferenca em relacao aos paises mais turisticos da Europa, como Franca, Italia, Espanha, mesmo Inglaterra. Aqui parece que as pessoas sao mais cultas, nao seguem nenhuma tribo, elas sao mais autenticas, eu diria, leem mais, sabem a sua historia -um pouco dura...
Depois de conhecer Budapeste, eu mudei minha visao sobre o comunismo. Eu, que exaltava tanto a esquerda, tenho agora uma seria restricao. Eu e minha prima Muriel. Mas deixo isso pra depois.
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Devo apenas dizer que esse atraso foi realmente um lamento, porque Budapeste é um sonho, como eu imaginava.
Estou aqui ha menos de 10 horas e posso afirmar com conviccao que esta cidade deixa muita capital européia, muito mais famosa e visitada, no chinelo...
Voce anda e sente no ar o peso dos anos de comunismo, no semblante das pessoas... Todos sérios, sem muita gentileza, mas ao mesmo tempo com a maxima educacao, apenas educacao.
No metro, vindo do aeroporto, todos quietos, sérios, nenhum sorriso.
A periferia da cidade um pouco suja, pessoas simples, coisas velhas e mal cuidadas.
O centro, o esplendor, mas as pessoas continuam fechadas.
Mas eu gosto disso, eu aprendi a ser menos gentil em Paris (embora eu ache que isso sempre fez parte da minha natureza, embora eu tentasse negar por pequenas questoes sociais maiores), e isso nao me soa nem um pouco mal. Isso até me alivia.
Eu aprendi a ser um pouco mais intolerante com o desleixo dos outros, a pensar mais em preservar o meu espaco, sabendo que cada um preserva o seu, e que é assim que deve ser. Assim funciona uma sociedade que funciona, e nao com todos segurando todos e dando seus "jeitinhos" e suas "maozinhas". Pode parecer cruel, mas acho que a vida é assim: no fim, é apenas cada um que pode se salvar.
Eu nao estou dizendo que aprendi a ser egoista. Pelo contrario, eu aprendi que cada um deve abrir seu proprio caminho, deve conquistar o seu espaco e impor os seus direitos, e os seus limites. E que deve sempre obedecer e respeitar os dos outros, porque isso é ter educacao, e educacao é nobreza. Ter educacao nao significa dizer sempre sim (querendo dizer nao). Significa apenas se fechar quando voce nao esta disponivel, sem que isso seja um problema.
Educacao é leitura, é cultura, é experiencia, é sofrimento, é estado da alma, nao do corpo.
Bom, eu paro por aqui, porque eu mesma ja estou me tornando ininteligivel para mim mesma...
terça-feira, 15 de julho de 2008
Hoje, 15 de julho de 2008.
Foi a experiência mais emocionante que eu tive na Itália. Seguimos as setas indicando "Capela Sistina", sem pestanejar. Passamos reto por todos os museus e caímos naquela sala, quase inteiramente pintada por Michelangelo... Sentamos para contemplar aquela obra-de-arte, e de repente eu comecei a chorar, chorar, chorar. Tudo isso porque sentou-se ao meu lado um senhor dos seus 90 anos, já com muita dificuldade de se locomover, com a esposa, velhinha também.
Uns 15 minutos depois, enxuguei minhas lágrimas num lenço que eu vou guardar para sempre, até o dia em que eu voltar à Capela Sistina, com o meu companheiro, velhinhos, e me lembrar da cena linda que vi hoje: um casal de velhinhos, estragados pela vida, mas cheios de fé e cheios de alegria por apreciar o coração do catolicismo.
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Itália
Pegamos um trem de Veneza para Verona, de Verona para Bologna e de Bologna para Firenze.
Daqui a três dias partimos para Roma, o ponto alto da viagem pela Itália.
Até agora posso dizer que a cidade que mais me impressionou foi Veneza, de longe... Não é fedida como todos dizem e tem uma atmosfera muito acolhedora.
Nesse meio tempo, tivemos alguns pequenos quase-incidentes, como quase perder o ônibus que nos levaria de Paris a Beauvais para pegar o voo para Veneza, pois a Muri se perdeu na pequena malha metroviária de Paris... hehehe... Depois, esperamos 4 horas em Bologna para pegar o trem pra Firenze, e outras coisas mais, como o albergue assustador com o qual a gente se deparou quando chegou a Firenze... Duas brasileiras, uma turca e dois turcos no mesmo quarto, sendo que o casal resolveu "aliviar" a tensão altas horas da noite... E eu costumo acordar com qualquer barulhinho...
Depois eu continuo.
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Despedida número 1
Hoje eu vou embora de Paris, embora pela primeira vez, mas já não me sinto mais uma moradora e, quando eu voltar dia 28, vai ser ainda mais estranho do que está sendo hoje. Desde segunda-feira, quando deixei a casa, passei a ser apenas uma turista, mochileira, meu dia-a-dia em Paris ficou para trás, minha história aqui. Assim, num passe de mágica...
Agora é quarta de manhã, e estou na casa da Ana, minha amiga do peito. Essa tarde eu e minha prima pegaremos o vôo para Veneza, e durante quase 40 dias eu vou carregar minha casa nas costas, vou conhecer lugares, pessoas, países diferentes.
Sei lá, eu queria escrever alguma coisa bonita pra me despedir, mas so me vêm flashs na cabeça, e eu não consigo descrevê-los...
O que eu posso dizer é que eu consegui realizar um grande sonho: morar na França. E lógico que foi Deus quem possibilitou que isso acontecesse. Disso eu não tenho a menor dúvida.
Engraçado, domingo eu estava melancólica; fui até a Gare St. Lazare me despedir de uma amiga, a Angelica, e não a encontrei... Voltei para casa triste, triste. Foi realmente um dia melancólico.
Mas segunda-feira, quando minha prima chegou, que eu saí da casa e pus um ponto final nos meus 6 meses de Paris, eu me senti bem, feliz, livre.
Outra coisa: eu acho que realmente aprendi a ser um pouco blasé, nao no mau sentido.
Eu explico por quê: segunda me despedi das crianças, da nounou, e nao senti a menor vontade de chorar. E ela chorou. Ontem me despedi da minha amiga italiana, eu nao chorei nem senti tristeza, ela chorou. Acho que é mais dificil pra quem fica.
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Entrei na Jennifer, fui fuçando, como quem não quer nada, e topei com uma espécie de blaser de verão, de 29 por 5 euros... Lógico que eu saí de lá menos os 5 euros.
Agora, falando sério. Nunca vi mulher comprar tanta roupa, o ano todo, como as francesas...
Pode ir à H&M, uma espécie de Renner européia, em qualquer época do ano: sempre há filas nos caixas, sempre tem mulherada se empurrando...
Hum... pensando bem... a 25 de Março e a Zepa não ficam atrás, não... Acho que mulher é um puta bicho consumista, em qualquer parte do mundo.
terça-feira, 24 de junho de 2008
Uma semana
Dia 31 de julho eu volto, e aí sim é o grande adeus.
Amanhã começam os soldes, e eu estou sem dinheiro... Ou melhor, estou com dinheiro... contado para o meu mochilão, por isso não vou poder me dar novamente esse gostinho que é fazer compras em Paris...
Mas não tem nada, não. Ano que vem passarei minhas férias aqui.
quinta-feira, 19 de junho de 2008
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Eurocopa
Juro que fiquei com pena dos franceses.
terça-feira, 17 de junho de 2008
Impressionante como o tempo passa depressa, a partir de um certo tempo em que se está aqui.
Ok, os primeiros 2 meses foram uma penúria, sofrimento atroz. Os primeiros dias foram de desilusão, arrependimento, mas de repente o tempo começa a voar, e você tem dificuldade de aproveitar aquele tempo sem pensar que está quase no fim.
Sei lá, devaneios imbecis.
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Aliás, eu fiquei estarrecida no dia em que disse para a mãe que precisava de leite de côco pra fazer um prato típico brasileiro e ela chegou do mercado com um na mão.
Essas esquisitices também existem por aqui, salvo o nosso velho amigo feijao-preto. O único pacote que eu trouxe do Brasil acabou há 2 meses.
Ah, eu aprendi a fazer moqueca de arraia aqui! Essa é pro Mauro. Nem no Brasil eu tinha tentado, conheci nas últimas férias que passamos no Ceará (aliás, que férias!).
Bom, falando em comida, eu acho a alimentação e o supermercado franceses muito mais ricos que os brasileiros.
Você pode ter certeza de que vai achar algum quitute diferente pra comer cada vez que vai ao mercado. Sao tantas iguarias, tantos tipos de mostarda, queijo, legumes, pães, patês, cafés (Lavazza a preço de banana!!!). E as latas de confit de canard... Hum... Tão simples de fazer e tão delicioso.
Vou fazer compras no mercado antes de voltar para o Brasil, isso é certo.
terça-feira, 10 de junho de 2008
segunda-feira, 9 de junho de 2008
Par contre, às vezes sentam ao meu lado umas figuras com um cheiro dos infernos, típicos franceses que não tomam banho, mais velhos, geralmente.
Agora, o metrô em si. Um dia eu li num jornal um cineasta contando que umas das coisas de que ele mais gosta em Paris é o cheiro do metrô. Na hora, eu fiquei me perguntando se ele curte coisas bizarras, como urina e outros tipos de dejetos humanos, porque há dias em que o cheiro é realmente insuportável. Ratos são coisas comuns nas canaletas.
Mas depois, alguns meses depois, eu entendi o que ele quis dizer. É um cheiro.... bom.... não consigo descrever um aroma. É diferente de tudo, é o cheiro de Paris, do Velho Mundo, dos metrôs, da fuligem, da multidão. É um cheiro que vai me deixar saudades.
sábado, 7 de junho de 2008
Mãe
Eu senti meus olhos se encherem de lágrimas, subitamente, foi muito forte e emoção. Eu não sabia para onde olhar, nem no que pensar, para não continuar chorando.
Mãe, hoje eu senti saudades tuas, vontade de te abraçar, de te dizer que você é a minha mãe, que eu te amo.
O metrô partiu, e alguns minutos depois eu estava recomposta.
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Sonho
Confesso que me bateu tristeza mais uma vez, e uma preocupação: meu futuro estado emocional. Sim, porque, imaginando-me em Campinas ou mesmo em SP, eu me vejo seriamente perdida, numa realidade que já não é mais a minha, ou que não foi durante 6 meses...
Fiquei me perguntando o que eu vou ter que fazer para compensar esse vazio que vai chegar, quanto eu vou ter que me divertir, sair, curtir, beber, para esquecer ou diminuir essa dor que virá.
Comecei a me questionar: "Será que vou me readaptar, por quantas semanas eu vou chorar, quanto eu vou lamentar ter sofrido nos primeiros três meses de Paris e não ter aproveitado quanto os últimos três?"...
Estou com medo. E estou preocupada comigo mesma.
Bom, mas o que eu ia contar é que eu acabei sonhando com a minha volta ao Brasil.
Eu ia ao banco fechar minha conta aqui em Paris e depois eu estava com o Mauro, e ele me dizia que as férias dele tinham sido adiadas para novembro, e eu não via a hora de viajarmos...
É o que todos falam: o pior é chegar. E partir. Foi assim do Brasil para Paris; será assim de Paris para o Brasil.
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Foi tão sutil e tão absurdo que eu não me dei conta do que estava acontecendo.
Eu me virei subitamente e comecei a falar alto, pra todo mundo ouvir, para o indivíduo: "Tu es fou ou quoi? Tu es fou ou quoi?". E o louco, engravatado, cara de árabe, saiu andando, sorrindo, sem me encarar.
Eu fiquei uns 10 minutos passada. Minha amiga chegou, eu contei, e ela disse: "Ainda bem que não aconteceu o pior, ele podia ter mandado você ficar quieta e fazer tudo o que ele quisesse."
Pois é, todo cuidado é pouco aqui na França. Pode não ter assalto, roubos, mas os homens são um pouco anormais em relaçao às mulheres.
quarta-feira, 28 de maio de 2008
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Brasileira
E nunca o fato de ser brasileira esteve tão enraizado.
Nunca me senti tão brasileira como eu me sinto aqui. Há alguns meses, se eu abria minha boca pra dizer que eu era brasileira, quando ainda estava em meu país, era apenas pra lamentar os desgostos que ele me provocava (e ainda provoca).
Mas o fato é que repetir uma simples frase à exaustão durante cinco meses causa um certo impacto, alguma alteração química no cérebro.
"Eu sou brasileira", eu venho do país do samba e das mulheres sensuais. Embora nem sempre este estereótipo me agrade, e por vezes até chegue e me irritar, ele existe e, de certa forma, é real.
Eu sou brasileira, e a mulher brasileira está presente no fértil imaginário masculino europeu.
quinta-feira, 22 de maio de 2008
Ontem eu estava conversando com um amigo, e ele disse que o salário mínimo na França é 1.300 euros. Eu disse que no Brasil é de 300 e poucos reais, o que dá uns 150 euros, nem isso.
Depois de alguns centéssimos de segundos de reflexão, eu fiquei abismada.
Que país é esse em que poucos detêm tudo e não se dão conta de que estão destruindo completamente o país.
A culpa pela violência, pela miséria, pelos sequestros-relâmpago é desses canalhas, de cabeça pequena, idéias medíocres, que pagam uma miséria aos funcionários para "juntar" bastante, ou dos políticos que só sabem desviar, que acham que não precisam ajudar a população.
Pobres idiotas, que vêm à Europa passar férias, se achando o máximo, e não se dão conta de que nosso país poderia ser tão mágico como a França. Falam mal quando o governo é popular, que bolsa-família é assistencialismo, mas mal sabem que a França é um dos países mais socialistas do mundo, que o governo oferece até 80% do antigo salário aos desempregados, auxílio-moradia maior que nosso salario mínimo, bolsas de estudo a rodo. Patetas imbecis, querem ser como os americanos. Políticos que não estudaram política, que não conhecem o sistema de governo dos países europeus. Vêm a Paris apenas fazer compras na Place des Vosgues e nunca devem ter entrado nem no Louvre, depois vêm dizer "Eu amo Paris, cidade maravilhosa".
Ódio. Je m'en fous!
Estou começando a fazer outros planos.
quarta-feira, 21 de maio de 2008
Eu acho isso o fim da mundo, principalmente quando alguém resolve pular logo atrás de mim, o que acontece freqüentemente... Fico furiosa.
Muito miserável não pagar 1,30 pra usar o transporte público.
Provavelmente porque isso tem acontecido muito, a fiscalização aumentou.
Você desce do metrô, os fiscais fazem uma barreira e te obrigam a mostrar o bilhete.
Se você pulou a catraca, paga 50 euros, na lata.
terça-feira, 20 de maio de 2008
segunda-feira, 19 de maio de 2008
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Faz tempo que eu tirei essa foto. Eu a encontrei (a garrafa) pela rua numa segunda-feira de manhã, se não me falha a memória.
Hoje eu a revi (a foto) e deu vontade de postá-la no blog pra falar um pouco da bebiba.
Os franceses bebem muito. Toda vez que vou ao mercado, quase todos têm uma ou mais garrafas de vinho no meio das outras compras; é como a cerveja no Brasil, talvez até mais presente.
Eu adoro vinho, também compro minha garrafa uma vez por semana, tomo meu vinho assistindo a algum programa legal na TV ou mesmo escutando meu MP3, com a janela aberta, olhando para o céu... Eu tenho essa mania.
Uma lembrança incrivelmente especial: algumas semanas depois que cheguei, quando ainda fazia muito, mas muito frio mesmo, eu e Anamaria compramos cada uma a sua garrafa de vinho e fomos bebê-las ao pé da Torre Eiffel. Começou a chover forte, muito forte, e as duas foram se abrigar no ponto de táxi coberto, ao lado. Ficamos até quase meia-noite, em plena terça ou quarta-feira (não me lembro exatamente), bebendo e rindo de nós mesmas, daquela situação meio patética, meio perfeita.
Faz tempo que nao faço isso. Tá na hora.
quarta-feira, 14 de maio de 2008
A Tourada
Ok, eu sei que o mundo entrou num movimento em defesa dos animais, anticrueldade e tal... Mas eu não podia deixar de assistir. Eu estava em Madri, a capital mundial da tourada... Seria como se eu tivesse vindo a Paris sem subir a Torre Eiffel.
Fazia um calor de 30 graus, a arena estava absolutamente lotada, especialmente de espanhóis avidos pelo espetáculo.
Eu e Anamaria, empolgadas para ver o que era aquilo, emocionadas por estarmos presenciando um fato histórico...
Cinco minutos depois que a tourada começou, comecei a sentir náuseas, uma vontade forte de vomitar, juro...
Uma tristeza profunda, profunda, caiu sobre nós duas...
Uma olhou para a cara da outra e ... Sem palavras. Péssimo.
Mas, não sei bem por que, ficamos até o final.
terça-feira, 13 de maio de 2008
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Continuando...
Juro que nessa hora tive que respirar fundo e dizer a mim mesma: calma, apenas encontre o guichê, calmamente, sem pressa, e compre seu bilhete de metrô. Pausa.
Lá fui eu, mala em punho, com medo de ser roubada (porque a Espanha é o Brasil da Europa, né? E eu fui bem advertida pra tomar as devidas precauções ao andar de metrô), perguntar em portunhol onde se comprava o tal ticket...
Ok, compreendi a informação do segurança: tienes que descer abajo! - nao sei se é assim que se escreve - mas fiquei me perguntando se o que ele tinha acabado de me falar era também considerado uma redundância em espanhol... Hum... ok, deixa pra lá...
Encontrei a linha certa e lá fui eu.
Cheguei. Quando subi as escadas da estação Liceu e vi aquela Las Ramblas... foi imediato: tô no Rio de Janeiro, em plena Copacabana.
Alguns dias depois fui percerber que Barcelona é um Rio, sim, mas com algumas sutis diferenças.
quarta-feira, 7 de maio de 2008
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Muito famoso e não agradou nada. Duas hispano-falantes muito falantes e muito barulhentas me fizeram odiar o albergue. Agora estamos em outro, bem mais caro, bem localizado, limpo e só mais duas pessoas no quarto.
Fomos ao Museu da Reina Sofia e vi Guernica,
e, à tarde, a uma tourada... Conto os detalhes depois.
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Paris = São Paulo
/
Barcelona = Rio de Janeiro
Impressionante a semelhança até da paisagem. Las Ramblas lembra Copacabana.
Ontem passei o dia no trem. Peguei o primeiro às 8h25 da manhã em Bordeaux e desci às 18h50 em Barcelona Sants, depois de nesse meio tempo ter tomado o trem errado uma vez e trocado 4 vezes.
Comprei um pacote de pain au chocolat no Champion de Bordeaux e foi a base disso que eu passei o dia ontem.
Mas acho que vai compensar, pelo menos está parecendo.
sábado, 26 de abril de 2008
Longe, longe de Paris
Esta manha, cheguei a Bordeaux, onde passarei a noite, sozinha.
Estou, digamos, impressionada com a França. Paris é linda, sem duvida, mas nao expressa a grandeza e a multiplicidade deste pais. Nao mesmo.
Passei uma semana num chateau numa cidadezinha chamada St. Vivien du Médoc. Como o nome ja prediz, trata-se da regiao que produz os melhores vinhos franceses, o Médoc e o Haut Médoc.
Pegamos a Route du Vin pra chegar a Bordeaux hoje, e nao preciso dizer que durante o trajeto eu me maravilhei com as viniculas e castelos, os pequenos vilarejos, os pequenos portos que levam da Gironde (uma especie de baia) ao mar Atlântico.
Eu provavelmente jamais conheceria este lugar, e muito menos ficaria hospedada num lugar tao esplêndido como o casarao da familia. Isso é o que mais me toca. Como eu vim parar neste lugar...
A propriedade tem mais de 200 anos e 6 quartos, todos com banheiro, salao de jantar e de estar imensos, escritorio, uma cozinha deliciosamente rustica, com uma longa mesa de madeira e panelas de bronze penduradas na parede. Alias, as paredes sao de pedra, grossas. Segundo a Mme. Delorme (mae da mae dos meus pentelhos), o pequeno chateau foi parcialmente destruido durante a guerra. Os alemaes invadiram a regiao, dominaram as propriedades, e ao final da guerra os americanos e ingleses bombardearam parte do casarao, por razoes obvias. Depois disso, os invasores arranjaram outro modo de pisar por aqui: construiram um camping naturista bem perto de onde ficamos.
Bom, eu vi ruinas das fortificaçoes alemas, restos da casa do trabalhadores que moravam na fazenda. Fiquei absolutamente impressionada.
.......
Preparei alguns pratos brasileiros, como moqueca de peixe, feijao preto e bolo de cenoura, e ela simplesmente se deliciou. Depois, foi a vez dela fazer as especialidades francesas pra eu experimentar (e essa foi a parte que eu mais gostei): confit de canard aux pommes, Boeuf Bourghingon, ostras, terrine na baguete. Afff, foi uma semana de luxo, mesmo tendo que olhar as crianças, porque eles estavam adoraveis e calmos, e eu pude aproveitar cada segundo naquela casa e naquele quarto de princesa que eles me ofereceram.
.......
Bordeaux. Estou maravilhada, apaixonada. Aqui as construçoes sao muito antigas mesmo, nao foram destruidas como em Paris, isso quer dizer que ha casas do arco-da-velha, de verdade. Fora que é uma cidade muito mais tranquila que Paris, mais facil de se andar, mais quente (hoje deve estar beirando os 30 graus), e estou hospedada num hotelzinho muito bem localizado, bem no centro da cidade, que é adoravel...
Tô apaixonada pela França. E certamente eu vou voltar pra ca com o meu companheirao.
Fotos, quando eu voltar pra Paris.
Amanha parto pra Barcelona, dia todo no trem.
sexta-feira, 18 de abril de 2008
terça-feira, 15 de abril de 2008
Espanha
Agora falando sério, aqui é obrigatório reservar albergue com mais de um mês de antecedência, sob o risco de não encontrar quarto barato e ter de desembolsar uma nota, especialmente nas cidades mais disputadas.
@
Hoje eu ia ao consulado do Brasil perguntar quantos dias posso ficar na França depois que meu titre de séjour expirar, mas deu uma preguiça... Além do mais, deve ter uma fila básica, e às 16h30 preciso pegar meus bebês na escola. Deixo para amanhã cedo, não é urgente mesmo.
Ah, ontem fui ao bureau da SNCF buscar meu bilhete de TGV, Bordeaux-Barcelona. Fiquei até emocionada :)
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Hoje é sexta-feira à noite, os pais saíram, e estou fazendo baby-sitting. Sim, porque eu não preciso desembolsar dinheiro, literalmente, para morar aqui, mas dou em troca meu tempo, algumas noites, muitas nas quais minhas amigas saem pra se divertir, como hoje, minha paciência, um pouco da minha saúde mental, certamente.
Engraçado, parece uma conspiraçao, mas toda vez que estou livre nas noites de sexta e sábado, minhas amigas não estão. E quando elas programam a balada do ano, aquela de virar a noite, que eu ainda não fiz em Paris, eu tenho baby-sitting...
Estou começando a me convencer de que eu não fui feita pra baladear; acho que preciso aceitar que meu negócio é o lar, tomar um vinho à noite em casa, aproveitar o dia, meditar, escrever, sei lá. So pode ser essa a explicaçao, porque amanha é sábado, e eu tenho outro baby-sitting.
Ou então o Mau fez alguma magia pra me segurar dentro de casa, porque a balada parisiense está me parecendo mais e mais impossível.
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Insetos e cia
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Vôo entre Barcelona e Madri por 27 euros... só na Europa, né? Albergue por 20 euros/dia. O mais caro vai ser minha passagem de trem de Bordeaux pra Barcelona, 53 euros, de TGV, o tal do expresso francês. O legal é que vou conhecer todo o sul da França pela janela do trem (se é que a velocidade vai permitir).
Ando estudando mais, agora que estamos começando a ver dois modos verbais que usamos bastante na conversaçao (subjuntivo e participio), estou falando razoavelmente bem (mas é sempre a parte mais dificil), consigo ver um filme, por exemplo, e entender quase tudo. Comprei alguns DVDs de filmes franceses pra levar pro Brasil, livros também.
Bom, vou voltar para as minhas pesquisas de preço de passagem na internet.
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Neve em Paris, na primavera
Dizem que é raro nevar aqui, parece que o tempo está meio pirado mesmo.
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Depois, quando eles chegarem, eu parto para a Espanha - Barcelona depois Madrid. Uma semaninha de férias.
Na França, os estudantes têm duas semanas de férias a cada dois meses; acho uma excelente idéia, porque dá pra repor as energias e voltar mais animado às aulas.
O segundo trimestre do curso começou esta semana, e fiz amizade com uma russa. Aliás, na minha turma eu sou a única brasilera, tem italiana, japonesa, americana, inglesa, colombiana, alemã, pra todos os gostos.
quarta-feira, 2 de abril de 2008
segunda-feira, 31 de março de 2008
Horario de verao
A primavera teoricamente começou dia 20 de março, mas até agora só vi chuva, poucos dias de sol... Ahh, será que este ano será um daqueles em que não faz calor na Europa?
Esse fim de semana foi uma lástima, só chuva, mas eu me revoltei, catei meu guarda-chuva e fui conhecer as Arènes de Lutèce, que seriam ruínas dos tempos em que os romanos dominaram a França...
Sei lá, não fiquei muito convencida, parecia uma construção não muito antiga... Tô começando a desconfiar que parte da França é um grande cenário feito pra atrair turistas em busca de História :)
Depois fui à Galerie d'histoire naturelle, cheia de bichos empalhados e de crianças, monstrinhooos!!!
quinta-feira, 27 de março de 2008
A volta
Sabe que ontem à noite, depois que a Marie Pierre disse que já começou a procurar outra pessoa pra ficar no meu lugar, perdi a respiração por alguns segundos, tive aquela sensação de choque, sabe quando você recebe uma péssima notícia e dá um gelo, um vazio no estômago? ...
Peguei o trem, fui até St. Michel, esperar uma amiga, e caminhei até a ponte, de onde dá para ver a catedral de Notre Dame. Fitei a igreja por alguns segundos e me bateu uma tristeeeza... pensar que esse período da minha vida está com os dias contados. Vai ser muito triste o dia da minha partida, tão triste como foi chegar.
Por isso vou começar a programar as minhas férias aqui, pra sair na adrenalina de conhecer outros lugares, sem dar tempo para as lágrimas, para o adeus.
quarta-feira, 26 de março de 2008
-vida, mas o fim de semana perfeito, de férias, compensou.
A cidade é linda, nevou muito, muito mesmo, mas isso não impediu que eu aproveitasse a cidade, descobrindo os museus, os pontos principais. Tentei ver a troca da guarda real no Buckingham Palace, mas foi cancelada, devido às condições do tempo. Uma boa desculpa para voltar :)
Conheci uma menina de Hong-Kong no hostel, uma graça de pessoa, como todos os orientais.
Encontrei uma amiga brasileira que mora lá há quatro anos; fomos todas almoçar num restaurante vegetariano no centro da cidade, comprei duas xícaras inglesas de café, enormes e coloridas, vi muita neve, até filmei!
Segunda à noite, 23h, peguei o busão, cheguei terça às 9h30 da manhã na Gare de L'Est, atrasada, mas valeu!
E uma lição ficou: vá de trem, mesmo que você pague um pouco mais caro.
sábado, 22 de março de 2008
Primeiro, dois poloneses enchendo a cara dentro do ônibus; depois, pausa para imigração (com direito a um verdadeiro interrogatório sobre meu destino, minhas atividades na França, minha volta ao Brasil...); pausa para pegar o ferry (todo mundo desce do ônibus e fica na area comum, como se fosse um navio mesmo); pausa para pegar as malas, porque, mesmo, quando a gente viaja de ônibus, é obrigatório descer e passar pelo controle estrangeiro).
Ufa... 7 horas de viagem, sem pregar os olhos... Tô cansada, mas já dá pra dizer que a cidade é realmente maravilhosa, muito diferente de Paris, outro estilo.
Legal estar aqui, fazendo minha primeira viagem sozinha de tudo. Mas, ao mesmo tempo, sinto falta de estar com o meu companheiríssimo de viagem, Dr. Mauro, ou com as minhas amigas.
Desde ontem pensei muito na minha mae, que tambem veio sozinha quando passou uns dias em Paris, há uns 8 anos; pensei no meu pai, que ainda não conhece esse lugar; pensei na minha irma mais velha, a Tarsilla, que foi para a Alemanha com uma amigona, a Jéssica; pensei na Fer, que um dia vai seguir meus passos, mas do jeito dela; pensei nos meus amigos Evódio, Ileine, Touche e Leila, que moraram aqui por um tempo.
Bom, o sono tá batendo.
Tchau.
quarta-feira, 19 de março de 2008
Hoje estou melhor, mas de saco cheio de cuidar das crianças. Fico imaginando como deve ser a cabeça de uma mulher que cuida de crianças a vida toda, de uma baba, sem perspectivas, vida monotona...
Eu estou so de passagem por essa experiência, estou aqui para estudar e conhecer outra cultura e ganho uns tostoes à custa dos pequenos, é como se eu visse certas coisas pela janela de um trem, e dai imagino quao sem sentido deve ser a vida de uma pessoa sem outros planos, sem projetos, que vai passar a vida a cuidar dos filhos de outros, enquanto esses outros vivem, sabe?...
Nao estou desmerecendo a profissao, mas é uma opçao de vida muito restrita, fechada, monotona, triste até.
sexta-feira, 14 de março de 2008
Eu até gosto de ficar aqui algumas noites, pois posso usar a internet e o telefone, bem como a geladeira, até a hora deles chegarem... hehehe...
Engraçado lidar com crianças. Eu nunca imaginei que um dia eu pudesse me ocupar disso, mas até que estou pegando o ritmo, embora a convivência com eles tenha reafirmado minha intenção de nao ter os meus. Mas sabe-se lá, né?
Cuidar de três meninos não foi fácil no começo, mas agora, que o bendito tempo passou, estamos nos entendendo melhor.
Faz 2 meses e 13 dias que eu cheguei, meu nivel de francês está bacana, tenho estudado mais, agora que Paris ja não é mais tão novidade, e estou começando a pensar na parte ruim da minha volta, ou seja, trabalho...
Nossa, quantas frases desconexas...
quinta-feira, 13 de março de 2008
Bom, ela, Marie Pierre, tem 48 anos, três filhos, sendo que o mais novo, Guillaume, tem quase 3 anos, o do meio, Auguste, 6, e o mais velho e mais gentil, Charles, 7 anos. Isso quer dizer que ela começou a ter filhos depois dos 40. E parece que isso é bem comum aqui.
é engenheira, trabalha de segunda a sexta, sai às 8h e volta umas 20h. Pouco fica com os filhos, mas esse pouco tempo, eu acho que é de "qualidade", por assim dizer.
O pai, Jean Marie, deve ter uns 45 - aliás, hoje ele faz anos -, é militar, comandante da armada francesa, pra ser mais precisa. Ou seja, em caso de guerra, eu estou no paraíso... hehehe...
Ele é quem passa mais tempo com os filhos, pelo que me parece, embora saia antes dela pra trabalhar e, à noite, fique no sexto andar umas duas horas pra ver como andam umas tais obras...
O fato é que, fim de semana, ele parte para "o campo" com as crianças, e ela fica. Sempre.
Férias? Ele foi com as crianças, ela ficou. Quando eu cheguei, dia 2 de janeiro, ela estava aqui,
ele, lá, com as crianças. Eu acho meio bizarro, meio normal... Sei lá, pra mim isso é diferente.
As crianças, desde cedo, são acostumadas a andar de metrô, de ônibus, a lidar com gente de fora, como eu, por exemplo, a nounou, a faxineira, que é portuguesa. A educação deles, eu acho diferente. Pelo menos, diferente da minha. Ainda não sei se melhor ou pior, apenas diferente. Agora é preciso esperar que eles cresçam pra tirar uma conclusão.
sábado, 8 de março de 2008
quinta-feira, 6 de março de 2008
No RER
Sábado passado fui trocar aquele DVD que não funcionou, perto do Centre Pompidou, meio que o centro da cidade.
Peguei o trem, RER, em vez do metrô, pois é bem mais rápido.
Naturalmente, entrei e sentei-me. Uns dez segundos depois, um ser do sexo masculino senta no banco exatamente à minha frente e começa a me encarar. Não, não discretamente, mas na maior cara-de-pau, com direito a sorrisinhos nojentos, e, mesmo que eu olhasse para o além, percebia que ele continuava a me encarar.
Como não podia saltar do trem em movimento, resolvi ficar ali, quieta, contemplando o vagão, sem deixar meu olhar encontrar o dele.
Tudo bem. Chegamos à minha estação, levantei-me para descer e... não é que o ser bizarro levantou também, encarando-me cretinamente; descemos do trem, e ele simplesmente começou a me seguir. Eu mudava de direção, parava do nada e voltava e ele, atrás, como uma sombra...
Enfim, não sei como, consegui despistá-lo.
Fui fazer o que precisava, rodei por lá uma hora mais ou menos e depois passei numa loja pra ver uns pôsteres com imagens da cidade, antes de voltar pra casa. Nesse momento, atrás de mim, ouço uma voz murmurando algo do tipo "Salut, jolie!" et blablablá: era o ser francês, dizendo coisas que eu prefiro não repetir. O sangue me subiu, e eu fui tão estúpida que o cara resolveu ir embora.
Pela primeira vez, senti medo em Paris.
quarta-feira, 5 de março de 2008
L'eau
Ok, por que eu contei isso? Porque me lembrei de que, quando fui à consulta médica aqui em Paris pra poder dar andamento ao meu titre de séjour, disse ao médico que eu tinha notado minha pele muito ressecada... Muito mesmo, não apenas aquele ressecamento normal, causado pelo frio.
Et voilà, ele disse que, de fato, a água francesa tem um grave probleminha: pedras. Invisíveis, é claro. E eu já tinha mesmo reparado que, na casa onde eu moro, a jarra de vidro, usada pra colocar água da torneira, tem um aspecto meio velho, parece sempre suja, mas não adianta lavar, que aquilo não sai...
Depois de alguns dias, fiquei sabendo que a tal "pedra" é, na verdade, calcário.
E assim descobri por que as francesas jovens são tão bonitas e as mais velhas têm a pele simplesmente destruída, detonada, cheia de rugas.
Um bom motivo pra dizer: Brasil, je t'aime!!
terça-feira, 4 de março de 2008
Sábado, toda feliz depois de ter enfim comprado o DVD "Le fabuleux destin d'Amélie Poulain" por míseros 6 euros, resolvi passar no mercado pra comprar alguns quitutes, como vinho, queijo emmental, Coca-Cola e baguete, para acompanhar meu delicioso programa da noite: assistir ao meu filme preferido no aconchego do meu lar parisiense.
E lá fui eu, com duas sacolas à mão, subir seis andares de escada.
Clássico. No terceiro andar, um pé fechou o outro. Acidente: a sacola com o pão e o vinho voou, eu só ouvi o barulho do vidro contra o chão, e a garrafa se desfazendo em três pedaços. Eu parei, por três segundos me bateu um pânico, catei a sacola com o pão encharcado e os pedaços da garrafa, desci correndo até a lixeira, lavando a escadaria com meu doce J. P. Chernet, e meti o saco na lixeira.
Subi contemplando a sujeira que eu teria de limpar, sentindo aquele cheiro delicioso do meu falecido vinho, e fui buscar meu paninho de limpeza.
Enquanto enxugava degrau por degrau (pelo menos eu parei no terceiro), pensei que isso poderia ser alguma espécie de aviso divino, uma presença espiritual, não sei sobre o quê, porque derrubar justamente a sacola com os bíblicos pão e vinho... hum...
Alguns minutos depois...
Experiência desagradável n° 2:
Abro meu novo DVD, coloco pra rodar, toda feliz depois de ter voltado ao mercado e comprado a segunda garrafa de vinho, desta vez sem acidentes pelo percurso, e ... !!! Nada.
Meu PC não tinha a configuração necessária pra rodar o tal DVD...
Fui dormir com raiva, pensando que teria sido melhor se eu tivesse saído, e talvez tenha sido essa a tal mensagem não decifrada...
segunda-feira, 3 de março de 2008
Ontem foi o primeiro domingo do mês. Isso significa museu de graça.
Escolhi Musée d'Orsay e Musée Picasso.
Cheguei razoavelmente cedo ao primeiro: 15 minutinhos de fila e entrei.
Voilà, esse museu é bem legal, interessante mesmo. Mas ele é quase que inteiramente dedicado à pintura... Digo isso porque um museu assim pode facilmente se tornar tedioso, facilmente, mas não esse. Talvez porque o forte não seja a pintura clássica, acadêmica, mas o impressionismo e o expressionismo.
A gente percorre boa parte do museu à espera das últimas salas, com as obras de Renoir (o fascinante "Moulin de la Gallette" - ulaláaa!!!), Van Gogh (Nuit etoilée), Degas, Manet, Monet.
Descobri as obras de Henri de Toulose-Lautrec. Ele não é tão célebre no Brasil, eu mesma nunca tinha ouvido falar (talvez por falta de cultura mesmo), mas as obras dele são genias.
Passei umas quatro horas lá e depois juntei fôlego pra ver o Musée Picasso, bem fraquinho por sinal. As melhores obras dele estão no Centre Pompidou.
Depois voltei pra casa, e começou a chover.
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Primeiro, onde eu moro. Num daqueles típicos predinhos parisienses, sexto andar, num "studio", como chamam aqui. Neste andar moravam as antigas serventes, digamos assim.
Hoje, imigrantes, estudantes, solteiros e jovens casais sem muita grana ocupam esses pequenos quartos compactos, que comportam por vezes ducha, toalete, pia e, em alguns casos, um fogão, um frigobar...
Acesso? Por uma interminável escada, estreita, toda de madeira. Não, não temos elevador. Ele é restrito aos moradores do cinco andares anteriores. Por isso eu consigo manter a forma :) Aula de step obrigatória, todo dia.
Quando cheguei, e a dona da casa foi me mostrar meu studio, fiquei estupefata. O que era aquela ducha "dentro" do quarto e aquele toilete num minicubículo, "dentro" do quarto também?
Juro que nessa hora eu pus a mão na cabeça e pensei: no que eu estava pensando quando larguei meu trabalho, meu namorado e meu apê pra me aventurar em outro país?
...
Dois meses depois, eu acho meu studio supercool, pois não pago um tostão (quer dizer, moro em troca de cuidar das crianças algumas horas por dia) e tenho ducha e toilete no quarto! Que demais! Pelo que andei escutando, grande parte das pessoas que moram nesses studios divide a "fossa" (sim, isso mesmo) com os outros vizinhos. Então, eu estou no céu!
Depois eu continuo. Estou indo pra St. Michel comer um kebab.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Ela nao tem paciência, coloca o pobre no berço durante 6 das 8 horas que passa aqui; vez ou outra grita, creio que até bate, quando ele começa a querer sair de lá pra brincar.
Perdeu e continuará perdendo longas horas de vida até que enfim vá à escola, onde brincará o dia todo com outras crianças, como ele.
é por isso que, quando ela vai embora e ele fica comigo, deixo correr pela casa, deixo fazer suas traquinagens, para que ele tenha alguns momentos de alegria e liberdade pra se expressar.
Pobre criança.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Fazer certas coisas assim é um exercicio de independência, uma tarefa nao muito facil, pelo menos pra mim.
Pensei, pensei e resolvi caçar quinquilharias nas lojinhas de souvenirs perto de Notre Dame.
Entrei e sai de umas 10 ou 15, procurando quem tinha o menor preço por uns pôsteres belle epoque, que acabei comprando em Montmartre, no dia seguinte.
Mais tarde, passei no mercado, pra garantir minha boia de domingo (dia em que nenhum mercado abre aqui), comprei minha baguete, manteiga com sal, Coca-Cola e voltei pra casa. Era cedo, talvez umas 19h30, e me bateu um desespero por me estar sozinha, privada de fazer coisas divertidas, como ir a algum barzinho em St. Michel...
Em vez de ficar em casa amargurada, fui bater perna na Champs Elysées, perto mas divertido, e entrei na Sephora, uma rede de perfumaria gigante, onde fiquei mais umas 2 horas escolhendo meu proximo perfume (que acabei nao comprando).
Pensei em ir ao cinema, mas perdi a sessao das 19h, e a das 21h terminaria muito tarde, pra depois eu ter que voltar de metrô de St. Lazare.
Voltei, degustei meu pao e vinho e umas 22h30, como de costume, fui dormir.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Ontem, como quase toda noite, saí pra dar a minha clássica voltinha, umas 21h. A Avenue des Ternes não é das mais movimentadas de Paris, nem das mais calmas. Mediana, eu diria.
Bom, o que eu quero dizer é que eu mal estava me dando conta de que eu ando sozinha, à noite, com bolsa e MP3 no ouvido, tranqüilamente. Não tinha parado pra pensar que eu não faria isso em Sampa. A cidade é segura, embora as más línguas digam que não é bem assim...
E o sistemas de transportes... Seria perfeito, não fosse o mau cheiro e a sujeira. Nesse quesito, SP ganha... só nesse. A malha aqui é muito rica, tem uma estação a cada 300 metros.
Ah, se os políticos brasileiros tivessem boa vontade como os daqui...
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Livre
Quem sabe... Vou pensar, porque nao tenho nao a perder. E estudante tem direito a algumas horas de trabalho. é a lei!
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Eu amei. Teoricamente posso ser completamente anti-mickey-mouse, mas na prática... Eu me esbaldo... Tudo muito bem-feito, a fantasia materializada. Banho de adrenalina nos miolos.
Nossa, acabei de ter uma impressão estranha escrevendo... Estou usando termos em português que não sei mais se existem. "Esbaldo", "materializada"... ça existe? Alguém me ajude...
Alguma coisa está acontecendo comigo, ando trocando as bolas, às vezes um termo em português me falta quando eu e as meninas estamos conversando ("me falta", isso também não existe...).
Engraçado o poder da necessidade de adaptação. Quando eu cheguei, lembro que fiquei desesperada quando a "mãe" começou a conversar comigo, porque eu não entendia nada. Fazia que sim com a cabeça pra não parecer tão perdida, pra ela não ter uma impressão negativa de mim... (a falsa impressão verdadeira que eu não falava francês!!)
Quando liguei a televisão então, desespero maior ainda! Nao entendia uma só palavra! Em suma, estava sozinha...
Eu lembro que foi uma guerra de nervos. Eu ligava a TV, escutava, escutava e pensava: você vai aprender, você vai entender, você precisa entender, você vai aprender..., como se eu estivesse dando uma ordem pro meu cérebro. E juro, 1 mês e 15 dias depois, eu entendo uns 70%. Virou uma questão de vocabulário agora, coisa que não é nada fácil também. Em média, assimilo umas 3 novas palavras por semana. Parece pouco, mas não é.
As aulas estão sendo ótimas, e é lá onde mais consigo enxergar minha evolução.
Tudo isso pra dizer que adorei o parque...
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Les foules
Não sei se em lugares onde o clima é indócil existe uma tendência maior ao desenvolvimento de doenças mentais; pode ser. A cidade tem cerca de 2 milhões de habitantes e, no meio dessa pequena multidão, esse fato se evidenciou...
Entro no metrô, sento e daqui a pouco vejo alguém falando alto. E sozinho.
Outro dia, voltando pra casa depois de umas voltas pelo centro comercial de La Defense (pq a palavra shopping não existe aqui. Bravo, franceses!), vi uma criatura bizarra no metrô:
era baixo, atarracado, tinha cabelo crespo como que enrolando todo o pescoço e descendo pelo tórax, mal dando pra ver o rosto, não sei se era homem ou mulher... Talvez tivesse aquela doença chamada, acho que, Lupus...
Eu fiquei horrorizada, tentando imaginar como aquele ser se sente, se ele já se acostumou aos olhares curiosos e repulsivos... Sei lá, na Europa ainda deve ter muito "cruzamento" intrafamiliar, como na Idade Média, entre as coroas, e por isso esse tanto de perturbações genéticas e psíquicas...
No Brasil, o povo pode ser feio, mas é vira-lata, resistente.
Também vejo muitas pessoas pedindo esmola, muitas destas são mulheres vestindo burca. Árabes, pêut-être.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
No metrô, o que mais se ouve são pessoas falando línguas que não o francês. A propósito, o mais dificil em Paris é um francês.
Compreensível. Estamos numa metrópole (e que...), perto da Ásia, da África, do Oriente Médio. Muitos árabes, muitos. Muitos turistas japoneses, muitos restaurantes vietnamitas, brasileiros demais.
Todo dia os escuto, nas estações de metrô, nos principais pontos turísticos. Ou nos não tão principais assim.
E não puxo conversa. Apenas observo, sem que eles percebam que mais alguém os compreende. Que vivam suas aventuras pela Europa sem notar que não estão sozinhos!
Porque mochilar noutro continente deve ser uma aventura e tanto. E, nesses momentos, o mais legal é pensar que você precisa se virar, que ninguém pode te entender, que a experiência é so sua.
Mito: os franceses nao tomam banho. Alias, o metrô cheira a perfume francês todas as manhas...
Verdade: carregam a baguete debaixo do braço, deliciosamente deliciosa!
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
Vestiário
Agora, me pergunte se algum papa entra no vestiário das meninas...
Será que isso já significa alguma coisa?
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
Louvre
sábado, 2 de fevereiro de 2008
1 mês
Eu estava com muito frio, era noite, eu não conhecia o lugar nem as pessoas com quem ia morar.
Já não estava mais certa da minha decisão. As saudades começavam a tomar o lugar do entusiasmo...
A noite de 2 de janeiro de 2008 foi, com certeza, uma das piores da minha vida.
Mas... nada como o tempo. Nada! Hoje estou bem. Certa da minha decisão? Talvez.
Fato é que fui completamente engolida pela experiência. Não sei que outras palavras utilizar...
Estou mais que adaptada, pois contemplo Paris a cada segundo, e menos que plena,
porque certas coisas me faltam.
Estou aproveitando cada momento livre para andar, andar, andar.
Conhecer, conhecer, conhecer.
Estou imersa.
Me entreguei à minha escolha.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
2,90 euros
Fui visitar a Catedral de Notre Dame. Muito linda e tals e, quando terminei, resolvi tomar um café na brasserie da esquina, pois o preço exposto era de 1,50 euro!
Toda contente por ter achado um café tao barato em Paris, la fui eu me sentar e apreciar a bela vista da catedral de dentro do café!
Pois bem, o garçom trouxe a nota, virada pra baixo (que elegância, nao?), junto do café, e eu fui conferir como havia me dado bem...
Bem mal: o café de 1,5 euro era "à emporter"... Pra tomar la, 2,90!!! O mais caro que ja vi até hoje por aqui...
Engoli o café amargo (ou amarga, eu), levantei toda revoltada e fui conversar com a moça do caixa... quando reparei nas tais letrinhas minusculas (à emporter) ao lado do preço :(
Pois é! Se fode, brasileira!
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Um complexo ser humano inquieto, eu sou... Mas é isso ai.
Nada como a distancia fisica pra encurtar o caminho entre dois coraçoes
(que lindo isso, nao?..hehehe...)! Mas é vero!
P.S.: preciso urgentemente aprender a usar este teclado, ou vou desaprender as regras de acentuaçao e ortografia... e passar fome o resto da vida! kkk...
Domingo
E ontem fui ao Cemiterio Montparnasse (afinal, um cemitério também é um museu!).
Fui ver os tumulos de Sartre, Simone de Beauvoir (é um so na, na verdade - eles descansam, enfim, debaixo do mesmo teto) e o de Charles Baudelaire.
Engraçado, os cemitérios aqui nao me parecem tao deprimentes... Talvez porque vivam lotados de turistas... E talvez porque o cemiterio seja um lugar calmo, arborizado, tranqüilo, onde todos estao em paz... (ou nao!)
Depois tentei ir ao Musée Montparnasse e a uma exposiçao de fotos de artistas contemporaneos ali perto. Tentei porque ambos estavam fechados...
Sentei num banco, abri meu guia e comecei a folhear desesperadamente pra achar algum lugar bacana pra passar minha tarde. E acabei indo para Invalides, Musée de L'Armée.
Olha, foi o melhor museu que ja estive até hoje. Numa das alas, centenas de armaduras medievais... Muito bizarro, mas definitivamente fascinante! Tirei umas fotos, mas nao deu pra baixar ainda.
Em outra ala, uniformes de soldados de todos os exércitos das duas guerras mundiais (inclusive de nazistas), armas diversas, filmes reais... Chocante. Chocante. Chocante!
Essa é a palavra que resume esse museu.
Uma roupa de um soldado morto, ainda suja de lama, e a foto dele morto no campo de batalha...
Com certeza eu vou de novo a esse museu... ver com mais atençao tudo.
Ah, e logico, o tumulo de Napoleao! Trèeeees bizarre! Depois posto a foto!
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Crianças na França
e a maioria dos estudantes daqui toma conta delas para as suas respectivas familles d'accueil.
Eu também, mas os meus enfants saem às 13h30.
...
Outro dia estava reparando... como as francesas têm filhos!! Juro que nem no Brasil vi tanto carrinho de bebê nos metrôs, nas calçadas... E minha observação foi confirmada quando li num jornalzinho (Metro News - o mesmo que tem em São Paulo - mas em francês, claro!!!) que a França tem o maior índice de natalidade da Europa...
Juro, não consigo engolir isso. Quando levo as crianças ao Parc Monceau - ao lado da escola onde estudam - digamos que 90% de todas estão com as nounous, au pairs...
Os pais trabalham o dia todo e chegam a casa umas 20h30 da noite (sendo que saem 8h da manhã), quando as crianças estão prontas pra dormir... E eu me pergunto: por que elas têm filhos, se quem cria e forma o caráater são as babás?
...
Pensei que talvez seja medo de assumir que não desejam a maternidade... Medo porque a França é um pais machista. Nao sei explicar por que, mas eu sinto no ar.
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
A Torre
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
A prova :)
sábado, 19 de janeiro de 2008
Sabado
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
Serralheria
Então ontem resolvi comprar um adaptador - por quase 4 euros -, que tive que... serrar!
Sim, isso mesmo: serrar a parte funda do adaptador com uma faca de pão megaafiada...
Resultado: quase decepei meu indicador esquerdo:(
ahahahaha... So rindo!
Ainda bem que eu trouxe Band-Aid, pra dar uns pontos por conta propria (ok, estou exagerando...hehehe..), porque acho que ate pra isso precisa de receita medica aqui e, por enquanto, ainda não abri minha conta no banco pra receber reembolso da Securite Social.
Bom, hoje à noite, sexta-feira, vou fazer baby-sitting. Que sensação divina passar sexta à noite com 3 anfants franceses!! Voces nao imaginam! Mas ok, mantenhamos o senso de humor e vejamos pelo lado bom: vou comer, vou telefonar e... hum... acho que é so!
Au revoir, bisous!
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
Ufa...
Bom, digamos que esteja quase que completamente adaptada à cidade. Ja sei usar o metrô, ja sei me comunicar um pouco melhor, ja conheci alguns lugares-chave.
....
Outro dia me sentei no ponto dos Les Cars da Air France, que eu peguei para chegar aonde eu moro... E toda vez que vejo os ônibus... hum... bate uma vontade de subir e voltar pro Brasil...
Mas fora esses momentos nostálgicos, cinza, estou me virando bem. Segunda-feira fui conhecer o centro comercial de La Defense e ontem fui solicitar meu Titre de Sejour, perto do metrô Cambronne.
À noite, as meninas mandaram um SMS dizendo que estavam no metrô Champs-Elysees Clemanceau, e eu fui pra lá, espairecer.
Andamos um pouco na Champs (muito perto de chez moi), e umas 23h voltei pra casa, a pé, porque é muuuito perto, e eu adoro andar por aqui.
Isso realmente é um privilégio, não tenho do que reclamar quanto ao local onde moro. Perto de supermarches, magasins... très bon!
Bom, por hoje é só. Vou à aula.
Logo vou postar fotos.
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
Paris
Faz 12 dias que cheguei, e o que posso dizer é que os primeiros 3 foram péssimos. O primeiro, nem se fale. Eu quase desisti, de verdade.
Mas ainda bem que eu fui forte, muito forte, porque agora eu estou amando a cidade. É verdade que as saudades continuam, a certeza de que amo o Brasil é forte, mas isso não impede que eu viva estes meses com intensidade, gastando cada minuto livre pra andar pelos boulevares, pelos museus...
Bom, tô pensando em comprar um notebook, porque depender de micro de escola não tá com nada...
Por hoje é so.