quarta-feira, 28 de maio de 2008

Depois eu vou contar uma bizarrice que me aconteceu no centro comercial de La Défense sábado passado.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Brasileira

Eu nunca repeti "Je suis brésilienne" tantas vezes como nos últimos cinco meses.
E nunca o fato de ser brasileira esteve tão enraizado.
Nunca me senti tão brasileira como eu me sinto aqui. Há alguns meses, se eu abria minha boca pra dizer que eu era brasileira, quando ainda estava em meu país, era apenas pra lamentar os desgostos que ele me provocava (e ainda provoca).

Mas o fato é que repetir uma simples frase à exaustão durante cinco meses causa um certo impacto, alguma alteração química no cérebro.

"Eu sou brasileira", eu venho do país do samba e das mulheres sensuais. Embora nem sempre este estereótipo me agrade, e por vezes até chegue e me irritar, ele existe e, de certa forma, é real.

Eu sou brasileira, e a mulher brasileira está presente no fértil imaginário masculino europeu.


quinta-feira, 22 de maio de 2008

Tá começando a me deprimir a idéia de voltar para o Brasil. Pas question, estou com saudades dos meus, mas não é natural estar saltitando de alegria por voltar ao país do sequestro-relâmpago, onde eu sofri um assalto f.d.p. com minha mãe e minha irmã...

Ontem eu estava conversando com um amigo, e ele disse que o salário mínimo na França é 1.300 euros. Eu disse que no Brasil é de 300 e poucos reais, o que dá uns 150 euros, nem isso.
Depois de alguns centéssimos de segundos de reflexão, eu fiquei abismada.

Que país é esse em que poucos detêm tudo e não se dão conta de que estão destruindo completamente o país.
A culpa pela violência, pela miséria, pelos sequestros-relâmpago é desses canalhas, de cabeça pequena, idéias medíocres, que pagam uma miséria aos funcionários para "juntar" bastante, ou dos políticos que só sabem desviar, que acham que não precisam ajudar a população.

Pobres idiotas, que vêm à Europa passar férias, se achando o máximo, e não se dão conta de que nosso país poderia ser tão mágico como a França. Falam mal quando o governo é popular, que bolsa-família é assistencialismo, mas mal sabem que a França é um dos países mais socialistas do mundo, que o governo oferece até 80% do antigo salário aos desempregados, auxílio-moradia maior que nosso salario mínimo, bolsas de estudo a rodo. Patetas imbecis, querem ser como os americanos. Políticos que não estudaram política, que não conhecem o sistema de governo dos países europeus. Vêm a Paris apenas fazer compras na Place des Vosgues e nunca devem ter entrado nem no Louvre, depois vêm dizer "Eu amo Paris, cidade maravilhosa".
Ódio. Je m'en fous!

Estou começando a fazer outros planos.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Acabei de ver um engravatado pulando a catraca do metrô, na estação Courcelles, que fica numa região parecida com, digamos, os Jardins, em São Paulo...
Eu acho isso o fim da mundo, principalmente quando alguém resolve pular logo atrás de mim, o que acontece freqüentemente... Fico furiosa.
Muito miserável não pagar 1,30 pra usar o transporte público.
Provavelmente porque isso tem acontecido muito, a fiscalização aumentou.
Você desce do metrô, os fiscais fazem uma barreira e te obrigam a mostrar o bilhete.
Se você pulou a catraca, paga 50 euros, na lata.

terça-feira, 20 de maio de 2008

A primavera acabou. Estamos congelando novamente. Pelo menos eu tive o prazer, verdadeiro prazer, de sentir o calor parisiense durante 3 semanas. é realmente inesquecivel.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

SONHO, SONHO, SONHO. SÓ PODE SER UM SONHO.
EU NÃO QUERO MAIS ACORDAR.

sexta-feira, 16 de maio de 2008


Faz tempo que eu tirei essa foto. Eu a encontrei (a garrafa) pela rua numa segunda-feira de manhã, se não me falha a memória.
Hoje eu a revi (a foto) e deu vontade de postá-la no blog pra falar um pouco da bebiba.

Os franceses bebem muito. Toda vez que vou ao mercado, quase todos têm uma ou mais garrafas de vinho no meio das outras compras; é como a cerveja no Brasil, talvez até mais presente.
Eu adoro vinho, também compro minha garrafa uma vez por semana, tomo meu vinho assistindo a algum programa legal na TV ou mesmo escutando meu MP3, com a janela aberta, olhando para o céu... Eu tenho essa mania.

Uma lembrança incrivelmente especial: algumas semanas depois que cheguei, quando ainda fazia muito, mas muito frio mesmo, eu e Anamaria compramos cada uma a sua garrafa de vinho e fomos bebê-las ao pé da Torre Eiffel. Começou a chover forte, muito forte, e as duas foram se abrigar no ponto de táxi coberto, ao lado. Ficamos até quase meia-noite, em plena terça ou quarta-feira (não me lembro exatamente), bebendo e rindo de nós mesmas, daquela situação meio patética, meio perfeita.
Faz tempo que nao faço isso. Tá na hora.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

A Tourada


Ok, eu sei que o mundo entrou num movimento em defesa dos animais, anticrueldade e tal... Mas eu não podia deixar de assistir. Eu estava em Madri, a capital mundial da tourada... Seria como se eu tivesse vindo a Paris sem subir a Torre Eiffel.
Fazia um calor de 30 graus, a arena estava absolutamente lotada, especialmente de espanhóis avidos pelo espetáculo.
Eu e Anamaria, empolgadas para ver o que era aquilo, emocionadas por estarmos presenciando um fato histórico...
Cinco minutos depois que a tourada começou, comecei a sentir náuseas, uma vontade forte de vomitar, juro...
Uma tristeza profunda, profunda, caiu sobre nós duas...
Uma olhou para a cara da outra e ... Sem palavras. Péssimo.
Mas, não sei bem por que, ficamos até o final.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Hoje o Charles virou pra mim de manhã e disse: "- Pare de fazer "pufff...". Quem te ensinou isso?".
Lembrei dos repreensões do Mauro e pensei: esse menininho já é um pequeno homem.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Continuando...

Cheguei a um país totalmente estranho, cuja língua eu não falo, sozinha, depois de ter passado um dia todo de trem em trem...
Juro que nessa hora tive que respirar fundo e dizer a mim mesma: calma, apenas encontre o guichê, calmamente, sem pressa, e compre seu bilhete de metrô. Pausa.
Lá fui eu, mala em punho, com medo de ser roubada (porque a Espanha é o Brasil da Europa, né? E eu fui bem advertida pra tomar as devidas precauções ao andar de metrô), perguntar em portunhol onde se comprava o tal ticket...
Ok, compreendi a informação do segurança: tienes que descer abajo! - nao sei se é assim que se escreve - mas fiquei me perguntando se o que ele tinha acabado de me falar era também considerado uma redundância em espanhol... Hum... ok, deixa pra lá...
Encontrei a linha certa e lá fui eu.
Cheguei. Quando subi as escadas da estação Liceu e vi aquela Las Ramblas... foi imediato: tô no Rio de Janeiro, em plena Copacabana.
Alguns dias depois fui percerber que Barcelona é um Rio, sim, mas com algumas sutis diferenças.

quarta-feira, 7 de maio de 2008


Sem palavras pra descrever como tudo está sendo simplesmente perfeito. Tenho vontade de voltar para perto dos meus queridos no Brasil, mas ao mesmo tempo uma vontade de ficar na Europa cresce com muita força.
Essas duas semanas de férias foram surreais, eu fui a lugares que jamais em minha vida sonhei conhecer, e não estou exagerando.
Primeiro, a semana em St. Vivien en Médoc, perto de Bordeaux. Foi indescritível a emoção de ver todos aqueles chateaux imensos, produtores do melhor vinho francês e, consequentemente, do mundo.
Logo no primeiro dia, eu já me encantei com o casarão da família. Deram-me um quarto... o próprio luxo, que muito me lembrou o casa da minha avó paterna, na Bahia... Uma coisa, um luxo...
A cama, so para dar uma idéia, é feita de madeira maciça de restauração, das ruínas de uma igreja... E igreja na Europa... não é qualquer capelinha, é realmente algo suntuoso.
Depois, eu fiquei deslumbrada com o tamanho da casa, que contava com uns 6 quartos, ou mais, porque juro que perdi a noção... E a história... O bombardeio americano, as ruínas, a ocupação alemã... Olha, eu nunca na minha vida sonhei conhecer e viver alguns dias num lugar desses.
Depois, voltamos para Bordeaux pela Route des Vins, vendo o que há de melhor de vinículas na França.
Passei um dia e uma noite lá, sozinha, porque na manhã seguinte pegaria o trem pra Barcelona. Foi muito legal também, andei a cidade todinha, linda, e foi o primeiro dia na França em que dormi com a janela aberta, com calor! Uau!
À noite, mandei uma mensagem pro Mau, pedindo pra ele me ligar, porque a noite sozinha é tensa, um pouco triste, sim... Mas ele me ligou e logo passou.
Manhã seguinte, cedo, peguei o trem pra Narbonne, e lá deveria trocar para Portbou, Espanha, mas não é que peguei o trem errado?? kkk... Imagina se eu não ia dar uma bobeira dessas, né?
Pois então consegui me acertar, a fiscal não me multou pois viu minha cara de marinheira de primeira viagem, literalmente, e lá me fui.
Chegamos à fronteira, todo mundo desce do trem, mas a fiscalização é quase nula!! Bem diferente do fronteira inglesa.
E lá fui eu pegar outro trem para Barcelona.
Ok, cheguei à estaçao central, hora de achar o albergue. A essa altura eu já estava tensa.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Ontem chegamos a Madri umas 22h, pegamos o metrô e fomos para o albergue, Cats Hostel.
Muito famoso e não agradou nada. Duas hispano-falantes muito falantes e muito barulhentas me fizeram odiar o albergue. Agora estamos em outro, bem mais caro, bem localizado, limpo e só mais duas pessoas no quarto.

Fomos ao Museu da Reina Sofia e vi Guernica,
e, à tarde, a uma tourada... Conto os detalhes depois.