domingo, 27 de julho de 2008

Praga, último dia.

Pois é, pra mim hoje a viagem terminou. Terminou porque amanhã às 6h40 pego meu vôo pra Paris e depois disso tenho apenas mais uma semana antes de voltar para o meu país.
Alguns dias em Amsterdam e talvez Hannover, mas a fase de ouro da nossa viagem termina aqui.
A Europa central.
Praga foi sem dúuvida onde mais nos divertimos. Conhecemos dois dinamarqueses, uma japonesa e uma russa que estavam no mesmo quarto que nós e simplesmente viramos grandes amigos.
E ainda mais num cenário deslumbrante como este, ée realmente algo que não vou conseguir esquecer.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Eu adoro esta música do Toquinho. Tenho no meu MP3, e ouvi hoje andando pelas ruas de Praga.

Deixa Acontecer

Composiçăo: Toquinho e Vinicius

Ah, não tente explicar
nem se desculpar
nem tente esconder.
Se vem do coração,
não tem jeito, não,
deixa acontecer.
O amor é essa força incontida, desarruma a cama e a vida, nos fere, maltrata e seduz.
É feito uma estrela cadente que risca o caminho da gente, nos enche de força e de luz.
Vai debochar da dor, sem nenhum pudor nem medo qualquer.
Ah, sendo por amor, seja como for e o que Deus quiser.

Praga

Praga. Agora Praga e para mim a cidade mais linda da Europa central. Sim, eu tenho essa sensacao cada vez que piso numa nova cidade... E dificil escolher, todas sao belas, e diferentes, simplesmente nao tem comparacao...
Depois de muito calor na Italia, estamos ha 1 semana debaixo de chuva - nao muito forte - e de um leve frio - qualquer coisa como 18 graus. Nada mais perfeito para conhecer a regiao culturalmente mais rica da Europa.
Engracado como a gente sente essa diferenca em relacao aos paises mais turisticos da Europa, como Franca, Italia, Espanha, mesmo Inglaterra. Aqui parece que as pessoas sao mais cultas, nao seguem nenhuma tribo, elas sao mais autenticas, eu diria, leem mais, sabem a sua historia -um pouco dura...
Depois de conhecer Budapeste, eu mudei minha visao sobre o comunismo. Eu, que exaltava tanto a esquerda, tenho agora uma seria restricao. Eu e minha prima Muriel. Mas deixo isso pra depois.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Pegamos nosso voo pra Budapeste, com quase 2 horas de atraso, no fiumicino, Roma, eu ja contabilizando menos meio dia de Hungria no meu roteiro. E o leste europeu, que eu comecei hoje, é apenas o ponto alto da minha viagem, o extase.
Devo apenas dizer que esse atraso foi realmente um lamento, porque Budapeste é um sonho, como eu imaginava.
Estou aqui ha menos de 10 horas e posso afirmar com conviccao que esta cidade deixa muita capital européia, muito mais famosa e visitada, no chinelo...
Voce anda e sente no ar o peso dos anos de comunismo, no semblante das pessoas... Todos sérios, sem muita gentileza, mas ao mesmo tempo com a maxima educacao, apenas educacao.
No metro, vindo do aeroporto, todos quietos, sérios, nenhum sorriso.
A periferia da cidade um pouco suja, pessoas simples, coisas velhas e mal cuidadas.
O centro, o esplendor, mas as pessoas continuam fechadas.
Mas eu gosto disso, eu aprendi a ser menos gentil em Paris (embora eu ache que isso sempre fez parte da minha natureza, embora eu tentasse negar por pequenas questoes sociais maiores), e isso nao me soa nem um pouco mal. Isso até me alivia.
Eu aprendi a ser um pouco mais intolerante com o desleixo dos outros, a pensar mais em preservar o meu espaco, sabendo que cada um preserva o seu, e que é assim que deve ser. Assim funciona uma sociedade que funciona, e nao com todos segurando todos e dando seus "jeitinhos" e suas "maozinhas". Pode parecer cruel, mas acho que a vida é assim: no fim, é apenas cada um que pode se salvar.
Eu nao estou dizendo que aprendi a ser egoista. Pelo contrario, eu aprendi que cada um deve abrir seu proprio caminho, deve conquistar o seu espaco e impor os seus direitos, e os seus limites. E que deve sempre obedecer e respeitar os dos outros, porque isso é ter educacao, e educacao é nobreza. Ter educacao nao significa dizer sempre sim (querendo dizer nao). Significa apenas se fechar quando voce nao esta disponivel, sem que isso seja um problema.
Educacao é leitura, é cultura, é experiencia, é sofrimento, é estado da alma, nao do corpo.
Bom, eu paro por aqui, porque eu mesma ja estou me tornando ininteligivel para mim mesma...

terça-feira, 15 de julho de 2008

Hoje, 15 de julho de 2008.

Acordamos 7h45, tomamos nosso banho e nosso café, rapidamente. Pegamos o elevador, saímos do prédio, viramos duas esquerdas e estávamos na fila para entrar no Vaticano.
Foi a experiência mais emocionante que eu tive na Itália. Seguimos as setas indicando "Capela Sistina", sem pestanejar. Passamos reto por todos os museus e caímos naquela sala, quase inteiramente pintada por Michelangelo... Sentamos para contemplar aquela obra-de-arte, e de repente eu comecei a chorar, chorar, chorar. Tudo isso porque sentou-se ao meu lado um senhor dos seus 90 anos, já com muita dificuldade de se locomover, com a esposa, velhinha também.
Uns 15 minutos depois, enxuguei minhas lágrimas num lenço que eu vou guardar para sempre, até o dia em que eu voltar à Capela Sistina, com o meu companheiro, velhinhos, e me lembrar da cena linda que vi hoje: um casal de velhinhos, estragados pela vida, mas cheios de fé e cheios de alegria por apreciar o coração do catolicismo.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Itália

Estamos na Itália há 5 dias, o calor aqui é asfixiante, mas é tão fascinante andar por estas cidades cheias de ruínas romanas e medievais que o sufoco compensa.
Pegamos um trem de Veneza para Verona, de Verona para Bologna e de Bologna para Firenze.
Daqui a três dias partimos para Roma, o ponto alto da viagem pela Itália.
Até agora posso dizer que a cidade que mais me impressionou foi Veneza, de longe... Não é fedida como todos dizem e tem uma atmosfera muito acolhedora.
Nesse meio tempo, tivemos alguns pequenos quase-incidentes, como quase perder o ônibus que nos levaria de Paris a Beauvais para pegar o voo para Veneza, pois a Muri se perdeu na pequena malha metroviária de Paris... hehehe... Depois, esperamos 4 horas em Bologna para pegar o trem pra Firenze, e outras coisas mais, como o albergue assustador com o qual a gente se deparou quando chegou a Firenze... Duas brasileiras, uma turca e dois turcos no mesmo quarto, sendo que o casal resolveu "aliviar" a tensão altas horas da noite... E eu costumo acordar com qualquer barulhinho...
Depois eu continuo.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Despedida número 1

Pois é, é verdade que o tempo passa muito rápido. A gente não sente depois que começa a aproveitar cada instante.
Hoje eu vou embora de Paris, embora pela primeira vez, mas já não me sinto mais uma moradora e, quando eu voltar dia 28, vai ser ainda mais estranho do que está sendo hoje. Desde segunda-feira, quando deixei a casa, passei a ser apenas uma turista, mochileira, meu dia-a-dia em Paris ficou para trás, minha história aqui. Assim, num passe de mágica...
Agora é quarta de manhã, e estou na casa da Ana, minha amiga do peito. Essa tarde eu e minha prima pegaremos o vôo para Veneza, e durante quase 40 dias eu vou carregar minha casa nas costas, vou conhecer lugares, pessoas, países diferentes.
Sei lá, eu queria escrever alguma coisa bonita pra me despedir, mas so me vêm flashs na cabeça, e eu não consigo descrevê-los...

O que eu posso dizer é que eu consegui realizar um grande sonho: morar na França. E lógico que foi Deus quem possibilitou que isso acontecesse. Disso eu não tenho a menor dúvida.

Engraçado, domingo eu estava melancólica; fui até a Gare St. Lazare me despedir de uma amiga, a Angelica, e não a encontrei... Voltei para casa triste, triste. Foi realmente um dia melancólico.
Mas segunda-feira, quando minha prima chegou, que eu saí da casa e pus um ponto final nos meus 6 meses de Paris, eu me senti bem, feliz, livre.

Outra coisa: eu acho que realmente aprendi a ser um pouco blasé, nao no mau sentido.
Eu explico por quê: segunda me despedi das crianças, da nounou, e nao senti a menor vontade de chorar. E ela chorou. Ontem me despedi da minha amiga italiana, eu nao chorei nem senti tristeza, ela chorou. Acho que é mais dificil pra quem fica.