segunda-feira, 25 de agosto de 2008

São Paulo

Eu pensei se seria uma boa idéia criar um outro blog, desta vez sobre meu dia-a-dia em São Paulo, mas eu não queria abandonar este aqui, e isso ia acabar acontecendo.

Eu cheguei ao Brasil dia 7 de agosto, há pouco mais de duas semanas. Eu chorei um pouco no avião, vindo de Amsterdam, senti tristeza e até um certo desespero de pensar no que eu faria de volta ao meu país. Eu me imaginei em Campinas, jogada no sofá da sala, num sábado à noite, chorando, vendo minhas fotos e relembrando a cidade maravilhosa onde morei durante sete meses, sem perspectiva, sem ânimo de viver.
Essa imagem foi o que mais me desesperou, por algumas horas não conseguia pensar com realismo no que me esperava na volta. Sei lá, acho natural você se ver perdido quando transforma sua rotina da noite para o dia, e quando deixa uma país tão lindo para trás.
E, da mesma forma como aconteceu dia 2 de janeiro deste ano, a primeira noite foi pesada.
Eu cheguei à noite a Campinas, porque o vôo atrasou duas horas pra sair de Amsterdam, por conta das más condições meteorológicas; e chegar à noite, pelo menos pra mim, é a pior coisa que pode te acontecer, porque a única opção é a sua cama. E porque a noite pode ser muito mais melancólica que o dia.
Eu respirei fundo, foi legal rever minha família, mas dentro do meu peito tudo estava cinza, eu era só angústia. Não consigo descrever.


Graças a Deus, Ele me proveu de uma inexplicável capacidade de readaptção, e eu não demorei dois dias para me sentir melhor. Tive pena dos meus pais por deixá-los me ver assim, triste por estar de volta.
Eu pensei que aquilo não era justo com eles. Ouvi a voz do meu pai triste no telefone, inconformado com o meu estado de espírito, com a minha voz melancólica ao telefone.
E acho que isso me forçou a me alegrar, a me readaptar.

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