quarta-feira, 25 de junho de 2008

Eu tinha 7 euros na carteira. Deixei as crianças na escola às 9h, peguei o metrô, como de costume... e me bateu uma vontade incontrolável de dar uma olhadinha no primeiro dia dos soldes de verão em La Défense... Ok, lá fui eu, uma das primeiras a chegar.
Entrei na Jennifer, fui fuçando, como quem não quer nada, e topei com uma espécie de blaser de verão, de 29 por 5 euros... Lógico que eu saí de lá menos os 5 euros.

Agora, falando sério. Nunca vi mulher comprar tanta roupa, o ano todo, como as francesas...
Pode ir à H&M, uma espécie de Renner européia, em qualquer época do ano: sempre há filas nos caixas, sempre tem mulherada se empurrando...

Hum... pensando bem... a 25 de Março e a Zepa não ficam atrás, não... Acho que mulher é um puta bicho consumista, em qualquer parte do mundo.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Uma semana

Daqui a exatamente uma semana parto de Paris, ainda não definitivamente.
Dia 31 de julho eu volto, e aí sim é o grande adeus.
Amanhã começam os soldes, e eu estou sem dinheiro... Ou melhor, estou com dinheiro... contado para o meu mochilão, por isso não vou poder me dar novamente esse gostinho que é fazer compras em Paris...
Mas não tem nada, não. Ano que vem passarei minhas férias aqui.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

"Aquele que sabe enfrentar o destino com aceitação certamente encontrará a orientação correta."

Cruzei com essa frase por acaso na web, quando digitei no Google a palavra "embriagada"...

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Eurocopa

Ontem a França foi desclassificada da Eurocopa, assim, de primeira, sem nem passar pelas quartas-de-final... Fomos assistir ao jogo no Coolin, depois saímos pra tomar uma cerveja num pub em St Michel.
Juro que fiquei com pena dos franceses.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Faltam duas semanas pra eu partir de Paris. Ok, depois eu volto pra mais dois dias com a minha prima Muriel, que vem mochilar comigo. Mas a minha experiência de 6 meses na França acaba dia 30 de junho. As aulas, a família, a antiga rotina. A estação Argentine, Charles de Gaule-Etoile, os ônibus 43, 92... Os dias em St. Vivien, a viagem para Bordeaux, para a Espanha, o ônibus que atrasou 3 horas vindo de Londres, o vinho debaixo da torre Eiffel, com a Ana, naquela noite chuvosa tantos meses atrás... Minha primeira visão do Arco do Triunfo, o primeiro monumento que eu vi em Paris e que por coincidência fica a dois passos da minha casa... O ônibus da Air France que me trouxe do aeroporto, o vazio, o arrependimento de ter largado tudo, a desilusão, a desconfiança. O e-mail no aeroporto de Amsterdam, a conexão pra Paris, que eu perdi em Amsterdam...
Impressionante como o tempo passa depressa, a partir de um certo tempo em que se está aqui.
Ok, os primeiros 2 meses foram uma penúria, sofrimento atroz. Os primeiros dias foram de desilusão, arrependimento, mas de repente o tempo começa a voar, e você tem dificuldade de aproveitar aquele tempo sem pensar que está quase no fim.
Sei lá, devaneios imbecis.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Bom, acabei de almoçar. Menu do dia: arroz com moqueca de peixe. Sim, moqueca, que eu mesma preparei, com direito a leite de côco.
Aliás, eu fiquei estarrecida no dia em que disse para a mãe que precisava de leite de côco pra fazer um prato típico brasileiro e ela chegou do mercado com um na mão.
Essas esquisitices também existem por aqui, salvo o nosso velho amigo feijao-preto. O único pacote que eu trouxe do Brasil acabou há 2 meses.
Ah, eu aprendi a fazer moqueca de arraia aqui! Essa é pro Mauro. Nem no Brasil eu tinha tentado, conheci nas últimas férias que passamos no Ceará (aliás, que férias!).
Bom, falando em comida, eu acho a alimentação e o supermercado franceses muito mais ricos que os brasileiros.
Você pode ter certeza de que vai achar algum quitute diferente pra comer cada vez que vai ao mercado. Sao tantas iguarias, tantos tipos de mostarda, queijo, legumes, pães, patês, cafés (Lavazza a preço de banana!!!). E as latas de confit de canard... Hum... Tão simples de fazer e tão delicioso.
Vou fazer compras no mercado antes de voltar para o Brasil, isso é certo.

terça-feira, 10 de junho de 2008


Sei lá, é muita perfeição, são muitas lembranças, é muita beleza. Paris é encantadora, e eu sou eternamente apaixonada por ela.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Francês, ou ele cheira a perfume francês ou a cc. De manhã, geralmente, quando desço do metrô e pego a escadaria para sair da estaçao Victor Hugo, sinto uma deliciosa mistura de essências, perfumes deliciosos.
Par contre, às vezes sentam ao meu lado umas figuras com um cheiro dos infernos, típicos franceses que não tomam banho, mais velhos, geralmente.

Agora, o metrô em si. Um dia eu li num jornal um cineasta contando que umas das coisas de que ele mais gosta em Paris é o cheiro do metrô. Na hora, eu fiquei me perguntando se ele curte coisas bizarras, como urina e outros tipos de dejetos humanos, porque há dias em que o cheiro é realmente insuportável. Ratos são coisas comuns nas canaletas.

Mas depois, alguns meses depois, eu entendi o que ele quis dizer. É um cheiro.... bom.... não consigo descrever um aroma. É diferente de tudo, é o cheiro de Paris, do Velho Mundo, dos metrôs, da fuligem, da multidão. É um cheiro que vai me deixar saudades.

sábado, 7 de junho de 2008

Mãe

Esta tarde eu fui a um centro comercial em Bobigny, banlieu parisiense. E na volta, já na direção Porte Dauphine, eu vi uma senhora sentada, esperando o metrô, e ela não se parecia fisicamente com a minha mãe, mas ela tinha exatamente a mesma expressão de doçura, de ingenuidade, de piedade.
Eu senti meus olhos se encherem de lágrimas, subitamente, foi muito forte e emoção. Eu não sabia para onde olhar, nem no que pensar, para não continuar chorando.

Mãe, hoje eu senti saudades tuas, vontade de te abraçar, de te dizer que você é a minha mãe, que eu te amo.

O metrô partiu, e alguns minutos depois eu estava recomposta.

quinta-feira, 5 de junho de 2008


é disso que estou falando.

Sonho

Noite passada, antes de dormir, eu me deitei virada para a janela, olhando o céu, e comecei a pensar mais uma vez na minha volta para o Brasil.
Confesso que me bateu tristeza mais uma vez, e uma preocupação: meu futuro estado emocional. Sim, porque, imaginando-me em Campinas ou mesmo em SP, eu me vejo seriamente perdida, numa realidade que já não é mais a minha, ou que não foi durante 6 meses...
Fiquei me perguntando o que eu vou ter que fazer para compensar esse vazio que vai chegar, quanto eu vou ter que me divertir, sair, curtir, beber, para esquecer ou diminuir essa dor que virá.
Comecei a me questionar: "Será que vou me readaptar, por quantas semanas eu vou chorar, quanto eu vou lamentar ter sofrido nos primeiros três meses de Paris e não ter aproveitado quanto os últimos três?"...
Estou com medo. E estou preocupada comigo mesma.

Bom, mas o que eu ia contar é que eu acabei sonhando com a minha volta ao Brasil.
Eu ia ao banco fechar minha conta aqui em Paris e depois eu estava com o Mauro, e ele me dizia que as férias dele tinham sido adiadas para novembro, e eu não via a hora de viajarmos...

É o que todos falam: o pior é chegar. E partir. Foi assim do Brasil para Paris; será assim de Paris para o Brasil.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Foi assim: eu estava em La Défense, encostada numa mureta esperando minha amiga subir as escadas do metrô, quando de repente eu senti alguma coisa se encostando por trás de mim.
Foi tão sutil e tão absurdo que eu não me dei conta do que estava acontecendo.
Eu me virei subitamente e comecei a falar alto, pra todo mundo ouvir, para o indivíduo: "Tu es fou ou quoi? Tu es fou ou quoi?". E o louco, engravatado, cara de árabe, saiu andando, sorrindo, sem me encarar.
Eu fiquei uns 10 minutos passada. Minha amiga chegou, eu contei, e ela disse: "Ainda bem que não aconteceu o pior, ele podia ter mandado você ficar quieta e fazer tudo o que ele quisesse."

Pois é, todo cuidado é pouco aqui na França. Pode não ter assalto, roubos, mas os homens são um pouco anormais em relaçao às mulheres.