quinta-feira, 17 de julho de 2008

Pegamos nosso voo pra Budapeste, com quase 2 horas de atraso, no fiumicino, Roma, eu ja contabilizando menos meio dia de Hungria no meu roteiro. E o leste europeu, que eu comecei hoje, é apenas o ponto alto da minha viagem, o extase.
Devo apenas dizer que esse atraso foi realmente um lamento, porque Budapeste é um sonho, como eu imaginava.
Estou aqui ha menos de 10 horas e posso afirmar com conviccao que esta cidade deixa muita capital européia, muito mais famosa e visitada, no chinelo...
Voce anda e sente no ar o peso dos anos de comunismo, no semblante das pessoas... Todos sérios, sem muita gentileza, mas ao mesmo tempo com a maxima educacao, apenas educacao.
No metro, vindo do aeroporto, todos quietos, sérios, nenhum sorriso.
A periferia da cidade um pouco suja, pessoas simples, coisas velhas e mal cuidadas.
O centro, o esplendor, mas as pessoas continuam fechadas.
Mas eu gosto disso, eu aprendi a ser menos gentil em Paris (embora eu ache que isso sempre fez parte da minha natureza, embora eu tentasse negar por pequenas questoes sociais maiores), e isso nao me soa nem um pouco mal. Isso até me alivia.
Eu aprendi a ser um pouco mais intolerante com o desleixo dos outros, a pensar mais em preservar o meu espaco, sabendo que cada um preserva o seu, e que é assim que deve ser. Assim funciona uma sociedade que funciona, e nao com todos segurando todos e dando seus "jeitinhos" e suas "maozinhas". Pode parecer cruel, mas acho que a vida é assim: no fim, é apenas cada um que pode se salvar.
Eu nao estou dizendo que aprendi a ser egoista. Pelo contrario, eu aprendi que cada um deve abrir seu proprio caminho, deve conquistar o seu espaco e impor os seus direitos, e os seus limites. E que deve sempre obedecer e respeitar os dos outros, porque isso é ter educacao, e educacao é nobreza. Ter educacao nao significa dizer sempre sim (querendo dizer nao). Significa apenas se fechar quando voce nao esta disponivel, sem que isso seja um problema.
Educacao é leitura, é cultura, é experiencia, é sofrimento, é estado da alma, nao do corpo.
Bom, eu paro por aqui, porque eu mesma ja estou me tornando ininteligivel para mim mesma...

2 comentários:

Vivien disse...

Renata,
Você está uma filósofa de primeira - escrevendo sobre tudo e aprendendo a se conhecer e por conseqüência também o seu semelhante - e que bom que você está curtindo tudo isso junto com a Muriel - que é um ser humano especial, perspicaz, humana e delicada - além do que vocês têm as mesmas origens européias, portanto estão num resgate pessoal total aí, certo? Eu também estou muito junto da sua mãe, minha irmã Tatiana, uma pela proximidade das casas, 300 m, e outra que sempre fomos muito ligadas. Eu adoro a minha família e fico feliz de vocês duas primas estarem juntas numa viagem tão especial como esta. Ninguém volta igual, ainda mais com a sensibilidade inata da mulheres e de vocês. Rê, que bom que você está registrando tudo, e nada como fazer isso na hora, porque depois virão outros pensamentos, não piores nem melhores, somente diferentes.
Um grande beijo da tia Vivien

Rezinha disse...

Oi, tia querida! A Muri esta sendo uma companhia maravilhosa, como sempre. Nao e de hoje que a gente se da tao bem assim.
Estou feliz que voce e minha mae estejam ainda mais proximas, acho que familia e realmente o que a gente tem de mais importante na vida.
Beijinhos e ate breve!